(Reuters) - O presidente Michel Temer comemorou nesta terça-feira a "significativa" vitória do governo com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição que limita os gastos públicos pela Câmara dos Deputados e disse acreditar que sua base de apoio chega a cerca de 375 deputados.
"Realmente foi uma vitória muito significativa numericamente, qualitativamente, porque também os deputados compreenderam a importância do projeto", disse Temer em entrevista à rádio CBN.
"Em uma matéria que você tem 366 votos, eu creio que é nossa base de governo, que é um pouco mais, porque alguns faltaram porque estavam viajando. Vai a 375 mais ou menos, que é a nossa base governativa", acrescentou.
Para ser aprovada, a PEC precisava dos votos de 308 dos 513 deputados.
Temer admitiu que a reforma da Previdência, cuja proposta está sendo elaborada pelo governo, irá exigir mais discussões do que foi necessário com a PEC dos gastos.
O presidente prometeu conversar com as centrais sindicais e disse ter esperança que, se mesmo depois das discussões, os sindicalistas permanecerem contra a reforma, que fiquem contra "sem muito entusiasmo".
Temer disse ainda que a reforma procura tratar todos os trabalhadores de maneira equânime, explicando que não haverá mais distinção entre trabalhadores do setor privado e do setor público.
REPATRIAÇÃO
O presidente disse que se chegou a um acerto com os governadores para que valores além de 25 bilhões na parcela da multa possam ser divididos com os Estados.
"Nós acordamos o seguinte: nós imaginamos que a repatriação possa dar aí 50 bilhões de reais para os cofres públicos, metade de multa, de 25 bilhões de reais", disse Temer em entrevista à rádio CBN.
"O que nós ajustamos e poderá ser votado na Câmara dos Deputados... é que aquilo que ultrapassar 25 bilhões da multa, onde os Estados não têm nada, eles passariam a ter uma participação tal qual tem em impostos, isso está mais ou menos acordado", acrescentou.
Questionado sobre as ações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que podem levar à cassação da chapa pela qual foi eleito como vice-presidente da República, tendo Dilma Rousseff como cabeça, Temer disse que obedecerá qualquer decisão.
Mas garantiu que irá recorrer defendendo sua tese de que as campanhas de presidente e vice são separadas, de modo que a penalização do cabeça de chapa não deve atingir o companheiro.
(Por Alexandre Caverni)